Por Danilo Queiroz, Bruno H. de Moura e João Marcelo
A corrida pelos direitos de transmissão das próximas edições do Campeonato Candango está oficialmente aberta. Com o fim da exclusividade da Rede Globo se aproximando (o contrato com a TV carioca vigora até o fim da atual temporada), a alta cúpula da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) já está se movimentando para levar as partidas da competição local até os televisores do público brasiliense. Inicialmente, emissoras como Record e Rede TV teriam mostrado interesse no produto.
De acordo com fontes consultadas pela reportagem do Distrito do Esporte, as primeiras conversas com as emissoras interessadas no Candangão 2020 indicam que os valores a serem recebidos pelos clubes participantes da competição sofreriam leve queda. Porém, em um primeiro momento, esse não seria o fator preponderante para definir quem terá exclusividade nos jogos. Contrapartidas como a transmissão de partidas no decorrer do torneio e a exposição das equipes são os maiores desejos das partes.
Record estaria em vantagem
Apesar de várias emissoras se colocarem na disputa, o Distrito do Esporte levantou que a Record está despontando como a favorita para ser o canal oficial do Candangão a partir de 2020. Isso pelo menos no interesse dos envolvidos na principal competição esportiva do calendário local. Vistos com bons olhos pelos dirigentes dos clubes filiados à FFDF, os paulistas teriam assegurado a intenção de transmitir, ao menos, um jogo por rodada para o público do Distrito Federal.
Uma das fontes consultadas pela reportagem garantiu que o as cartas oferecidas seriam a melhor opção para o torcedor. “Tudo caminha para a Record. Eles estão proporcionando mais benefícios para clubes e espectadores, como divulgar mais a competição e transmitir jogos da rodada nos horários esportivos”, explicou um presidente de clube do futebol candango. Ao menos quatro dirigentes foram consultado pela reportagem do Distrito do Esporte para comentar as negociações.
Globo se mantém no páreo
Apesar de não estar em vantagem na concorrência pelas próximas edições do Campeonato Candango, a Rede Globo (última detentora dos direitos de transmissão da competição local) ainda está viva na disputa pela exclusividade. A emissora carioca mantém o interesse de ter o torneio em sua grade de programação e estaria disposta a fazer uma contraproposta para continuar com a exclusividade na veiculação das partidas ao público brasiliense.
Além de evitar a perda de um produto esportivo que já possui há seis anos, a emissora travaria o incremento de audiência e exposição das emissoras locais concorrentes. É política antiga do canal carioca comprar torneios para evitar perda de audiência com a veiculação do Candangão em outra TV. Porém, a tendência é que os jogos do torneio local acabem mudando de canal na próxima temporada.
Detentora dos direitos exclusivos da primeira divisão desde 2013, a emissora carioca costuma ter problemas com participantes do torneio. As desavenças acontecem, principalmente, pela escolha de transmitir apenas as finais do Candangão para o público do Distrito Federal. Mesmo com contrato vigente, os torcedores candangos assistiram na TV apenas as decisões de 2013, 2015, 2016 e 2017. Nas demais rodadas, a Globo se reservou a mostrar apenas os gols da rodada em seus programas esportivos.
FFDF coloca interesses dos clubes na negociação
De acordo com o diretor de competições da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), Márcio Coutinho, o leque está voltado para qualquer interessado. Segundo o cartola, pelo menos quatro emissoras de TV aberta procuraram a entidade local para demonstrar interesse em ter o Candangão em sua grade de programação. “Existe contato com a Record, Rede TV, Band, Globo… todas as emissoras, mas ninguém falou em valor ainda”, enfatizou o dirigente.
Apesar de afirmar que todos os contatos ainda não estão totalmente direcionados, Coutinho ressaltou que, desta vez, fará prevalecer os interesses da FFDF. O modelo do último acordo com a Globo, inclusive, foi alvo constante de críticas por parte dos clubes filiados à entidade local. “Não adianta fazer um contrato como era feito antes, quando se ganhava R$ 40 mil e se gastava R$ 80 mil para fazer o torneio. Vamos negociar até aparecer alguém”, sentenciou o cartola.
