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domingo, 6 de outubro de 2024

Sala de Imprensa #2 – Mauro Fernandes dará um novo Brasiliense?

Responsável por comandar o Brasiliense no Título de 2014, Mauro Fernandes pode ser o nome ideal para renascer o Jacaré. Mas não depende só dele

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Sala de Imprensa é um espaço para jornalistas, com vínculo ou não com o Distrito do Esporte, expressarem suas opiniões sobre os acontecimentos do esporte do Distrito Federal.

Por. Bruno H. de Moura

O Brasiliense é um time intrigante. Dono do maior patrimônio financeiro do DF e de propriedade de um dos maiores, se não o maior, empresários criados na capital, o tal jacaré do papo amarelo não consegue transformar o ouro candango em acesso e títulos além dos 5.802 km² do quadradinho.

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Repleto de jogadores com currículos de razoáveis para bom histórico, o time amarga fracassos pelo menos nos últimos quatro anos. Foram 3 seguidos em eliminações nas oitavas de final da Série D e, neste ano, um tombo logo na segunda fase, para o modesto Vitória/ES.

Não que haja uma grandiosidade contemporânea no Brasiliense, mas a expectativa resultante do investimento, ao menos externa, é retirada jogo após jogo, ano após ano. Não que o montante gasto seja administrado com o uso do princípio da eficiência, tanto é que a maldosa frase continua a ecoar: time para se aposentar.

Todavia, talvez a esperança renasça das glórias do passado, sob as mãos de um velho conhecido: Mauro Fernandes.

Condutor do título candango de 2004 e da conquista nacional mais relevante da história amarelina, o título da Série B também de 2004, Mauro iniciou seu trabalho testando os atletas do elenco montado por Adelson de Almeida e Ricardo Antônio. Nos dois amistosos que disputou, vitória contra o Anápolis e Goiás, ambas por 2 a 0 no placar.

Mais que aquecer os jogadores na longuíssima pré-temporada até o candangão 2020, os amistosos e treinos do Brasiliense funcionam para Mauro testar quem fica e quem sai dos planos do time de Luíza Estevão. Parte relevante da base da Série D vem entrando nesses amistosos.

Na última partida da competição, quando foi eliminado pelo Vitória, o Jacaré entrou com Edmar Sucuri; Alex Murici, Lúcio, Badhuga e China; Aldo, David Manteiga, Fabinho (Maikon Leite) e Tchô (Peninha); Romarinho e Michel Platini.

Na vitória contra o Anápolis manteve Edmar Sucuri, China, Aldo, David Manteiga Peninha e Romarinho daquela equipe. Todos estes, inclusive, entraram contra o Goiás na última terça (24/9). Já Gabriel, Radamés, Sandy, Almir, Edno, Elcarlos, Fabinho e Tony atuaram pela equipe como novidades em frente ao Anápolis e Preto Costa, Gleissinho e Sandy apareceram como novidades.

Outros não deram as caras como titulares ou substituídos. Entre eles, os três reforços pós Série D: zagueiro Pablo Eduardo, meio campo Deyvid Sacconi e lateral-direito Bruno Leite. Já Gabriel e Sandy estão entre os testados e, até o momento, aprovados por Mauro Fernandes.

O que se diz nos bastidores do time é que há uma preparação para alta renovação na equipe. Logo em seus primeiros dias sob o comando do time, Mauro falou à imprensa que o planejamento para 2020 era de um time 70% renovado, mais jovem e que medalhões não são necessários.

“Quando o Brasiliense entrou em uma linha de trazer medalhões, atletas que estavam finalizando a carreira, isso provocou uma queda de rendimento na história do time.”, afirmou em entrevista ao Correio Braziliense.

As conversas das rodas esportivas do DF são quase unânimes em atribuir ao efetivo dono do time, Luiz Estevão, as vindas e idas de jogadores experientes, rodados e de salários com muitos algorismos. Mesmo com treinador, diretor de futebol, analista, é o pai da equipe quem dá a palavra final e assina o cheque.

Os últimos anos não mostraram um desvio da rota traçada: muitos nomes experientes, com baixa mescla de jovens; um treinador tarimbado e de títulos no futebol candango para disputar o candangão, mas que não consegue administrar o turbilhão no clube; pouco renovação para a série D; pressão da Facção sobre os atletas e treinador; time que joga mal e em que pouco se mexe; muito dinheiro pra pouco futebol.

Há de se notar que não havia no futebol do DF quem fizesse frente à “hegemonia” em torneio nacional do Brasiliense. Ceilândia nunca conseguiu desempenhos relevantes na Copa do Brasil, Copa Verde e Série D. Sobradinho idem. O Brasília teve um ano bom, mas desde então entrou numa sequência decadente. O Luziânia, na mesma toda. Mas….

Mas, 2020 é diferente. Se o maior rival do jacaré vivia numa crise sem fins e desempenhos pífios, 2019 mostrou outro Gama. Classificado para a Série D e com parte relevante dos contratos do atual elenco renovados, a equipe verde planeja o primeiro ano da segunda década como o marco de retorno a uma relevância no cenário do centro-oeste. Vai com tudo para tentar subir da Série D para a C. Eis a pressão que pode mover o Brasiliense.

Caso o Gama suba e o Brasiliense amargue outro fracasso, o quinto seguido, a situação ficará insuportável. Não apenas da mudança de discurso do torcedor, mas do ego de quem comanda o clube do CT da Boca do Jacaré. Seria uma desonra tamanha.

Parece que a queda ainda na segunda-fase deste ano acendeu a luz amarela em alta frequência. A vinda de Mauro Fernandes não é por nada, e seu currículo interno e externo o carimbam para, efetivamente, efetivar as mudanças prometidas. O histórico de Mauro no jacaré é mais que positivo: 25 vitórias, 13 empates em 4 derrotas em 42 jogos. Aproveitamento de 69,84%

Resta saber se as ideias, ao que parecem corretas e muito bem-vindas e necessárias, de Mauro Fernandes, receberão um selo OK de qualidade.

*O texto se trata de um artigo de opinião e, portanto, é de inteira responsabilidade de seu autor. As opiniões nele emitidas não estão relacionadas, necessariamente, ao ponto de vista do Distrito do Esporte.

Bruno Henrique de Moura é jornalista e estudante de direito. No esporte candango tem passagens pelas rádios Esportes Brasília, Lance FM, Nova Aliança, Nossa Brasil FM, Ativa FM entre outras. É Diretor e Repórter Especial do Distrito do Esporte. 

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1 COMENTÁRIO

  1. Bom dia,
    Gostei muito do artigo, parabéns!!! Conseguiu concatenar bem as ideias e os fatos, além de estar bem escrito, coisa rara se tratando de Brasília. Entretanto, acredito que faltou abordar um ponto importantíssimo no futebol atual, as divisões de base. Os principais clubes do futebol brasileiro acordaram, mesmo que tardiamente, para a importância que a formação tem quanto composição do patrimônio humano das equipes.
    Clubes como Botafogo e Vasco, sempre envolto em crises financeiras, têm se matido basicamente com seu atletas formados na base. Já outros como Flamengo, Corintias e Fluminense perceberam que suas divisões de base podem ser uma boa solução financeira para o clube.
    Sem mais delongas, deixo um questionamento: por que o futebol de Brasília anda na contramão? Por que o Brasiliense não tem se quer uma divisão de base? Não seria mais sensato produzir bons jogadores e negociar com outros centros? Será que em Brasília não temos boas promessas?

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