Oito anos atrás, aconteciam os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Aquela foi a primeira vez que o Brasil recebeu o maior evento esportivo do cenário mundial. No entanto, o querido quadradinho por pouco não recebeu a edição de 2000, realizada em Sidney, na Austrália. A história de Brasília receber os jogos teve início no começo dos anos 1990, quando a cidade se candidatou para receber a Olímpiada. No lançamento da campanha, o então presidente da Fifa, João Havelange, chegou a chorar de emoção. O responsável pelo movimento era Paulo Octávio, que anos mais tarde seria governador do Distrito Federal.
A ideia era celebrar os 500 anos do descobrimento do Brasil e o governo se empenhava para fazer grande comemoração. Inclusive com um evento inédito na história brasileira. Por isso, a candidatura de Brasília foi liderada pelo empresário e deputado federal Paulo Octávio, ligado ao presidente da época, Fernando Collor. Inicialmente, a ideia não contava com o apoio do próprio COB (Comitê Olímpico Brasileiro). A candidatura fora retirada pelos próprios organizadores do projeto ainda no processo de seleção, que contava com as cidades de Sydney (vencedor), Pequim, Berlim, Istambul, Manchester e Milão.
“Tudo começou em 1989, com a eleição do presidente Fernando Collor e as mudanças de rumo no País. Junto com um grupo de atletas, dirigentes esportivos e intelectuais, iniciei uma ampla campanha para que o Brasil se candidatasse aos Jogos de 2000, trazendo a sede para Brasília, que tinha, inegavelmente, amplas condições de abrigar as instalações requeridas para uma competição deste porte. Sempre entendi que, dentre as capitais brasileiras, Brasília reunia as melhores condições para sediar o evento”, dizia Collor, já em 2004.
Desta forma, feita às pressas pelo governo, Brasília-2000 nem chegou a participar oficialmente da disputa. Bastou apenas uma visita da comissão de avaliação do COI (Comitê Olímpico Internacional) à capital federal para concluir que a cidade “não havia instalações à altura de receber os Jogos”. O espanhol Juan Antonio Samaranch, ex-presidente do comitê internacional, descartou o Brasil da disputa por antecipação. Após estudar o projeto, o mandatário chamou João Havelange, ex-presidente da Fifa e pediu que entregasse uma carta ao presidente Fernando Collor. Nela, o comitê rejeitava a capital federal.
Clique e leia mais:
- Gabi Portilho marca, Brasil goleia Espanha e briga pelo ouro na Olimpíada
- Com Gui Santos em quadra, Brasil vence Japão e avança de fase no basquete
- De Sobradinho para o mundo! Caio Bonfim conquista medalha de prata em Paris
Décadas após a tentativa fracassada de tentar sediar o evento, Brasília ainda teve a chance de sediar algumas partidas de futebol – masculino e feminino – na Olímpiada 2016, realizada no Rio de Janeiro. Os famosos seis anéis olímpicos foram instalados, símbolo dos jogos, foram instalados em frente à arena ainda em 2013, três anos antes do pontapé inicial. Ao todo, foram dez jogos realizados no Mané Garrincha.
Masculino:
Iraque x Dinamarca (04/08); Brasil x África do Sul (04/08); Dinamarca x África do Sul (07/08); Brasil x Iraque (07/08); Argentina x Honduras (10/08); Coréia do Sul x México (10/08); Portugal x Alemanha (13/08)
Feminino:
Alemanha x Canadá (09/08); China x Suécia (09/08); Estados Unidos e Suécia (12/08)
Veja fotos de alguns dos projetos desenhados para a capital federal receber os jogos olímpicos: