O texto se trata de um artigo de opinião e, portanto, é de inteira responsabilidade de seu autor. As opiniões nele emitidas não estão relacionadas, necessariamente, ao ponto de vista do Distrito do Esporte.
Por Jânio Gomes
A restrição das transmissões das finais do Candangão a apenas um canal é mais do que preocupante: é um ataque direto à liberdade de imprensa e à pluralidade de vozes na cobertura esportiva. O que torna essa situação ainda mais alarmante é a completa falta de coerência por trás dessa decisão. Enquanto empresas que estiveram presentes desde o início do torneio foram excluídas das transmissões em vídeo, o portal R7, sem histórico de cobertura anterior, recebeu autorização para transmitir. Isso levanta questões pertinentes sobre os motivos ocultos por trás dessa preferência. Estaria em jogo influência política? Desdém pela imprensa esportiva local? Ou interesses não declarados influenciando a decisão? O financiamento público da FFDF TV, através do patrocínio do BRB, adiciona uma camada extra de dúvida sobre a imparcialidade na concessão dos direitos de transmissão.
A falta de clareza e transparência por parte dos clubes e da própria federação mina diretamente a credibilidade do campeonato, prejudicando a confiança dos torcedores na integridade do esporte. Este não é um posicionamento motivado por interesses pessoais, uma vez que não represento nenhuma das empresas afetadas pela restrição. Trata-se, sim, de uma denúncia contra uma injustiça flagrante.
Saiba mais:
– FFDF confirma Mané Garrincha como palco da final do Candangão 2024
– Sala de Imprensa #13 – “Acostuma-te à lama que te espera!”, ô futebol do DF
– Relembre a última final do Candangão disputada pelo Ceilândia
O silêncio mantido pela FFDF diante dessa situação é indignante e revelador de um claro desprezo pela crônica esportiva do Distrito Federal. Este silêncio não é apenas uma omissão; é uma mensagem poderosa sobre a postura dos dirigentes do futebol local, que, paradoxalmente, são os maiores beneficiários do trabalho da imprensa esportiva, mesmo que indiretamente.
Ainda há tempo para que a FFDF e os dois clubes envolvidos na final, Ceilândia e Capital, corrijam essa tremenda injustiça. Não se trata de ser contra a transmissão do R7. O trabalho da equipe responsável pela transmissão da FFDF também não está em discussão. É hora de liberar todas as empresas que contribuíram com as transmissões em vídeo. O Candangão é um patrimônio de todos nós. As finais representam a grande festa do nosso principal campeonato. Liberar a transmissão para todos é uma decisão na qual ninguém sai perdendo. Ao contrário, todos saem ganhando.
Jânio Gomes, ex-presidente da ABCD, é um renomado jornalista esportivo com uma trajetória marcante em veículos como Rádio OK FM (atual Metrópoles FM), Esporte Candango, TV Bandeirantes, Super Rádio Brasília, Rádio Redentor, TV Distrital e Rádio Sara Brasil FM.
