Parcialmente demolido desde 2016 e inativo desde então, o Estádio do Cave começa a receber os primeiros interessados pela concessão do complexo. Em 15 de agosto, um grupo de investidores administrado pelo ex-jogador Deco e hoje diretor de futebol do Barcelona-E, visitou as instalações para analisar as projeções e viabilidade de projetos dentro do local. O estádio foi demolido em 2012, quando recebeu cerca de R$ 6,2 milhões de verba pública sob o pretexto de reforma para a Copa do Mundo de 2014, mas até hoje não foi devolvido à população.
O grupo entrou em contato com a Secretaria de Esportes e Lazer do Distrito Federal buscando mais informações e demonstrando o interesse em participar da licitação do Estádio do Cave, que vem perdurando desde março de 2022. A informação foi confirmada pela reportagem do Distrito do Esporte, com fontes na Administração Regional do Guará e da manutenção do estádio. A intenção dos empresários é adquirir um clube existente na capital federal e alterar o nome, realizando o mesmo processo que Brasiliense e Real Brasília realizaram no começo das respectivas trajetórias – quando adquiriram o Atlântida Esporte Clube e o Esporte Clube Dom Pedro, respectivamente.
Todavia, a firma encabeçada por Deco não está sozinha na disputa pela praça esportiva. Outro grupo de investidores ligado ao jogador Cristiano Ronaldo visitou o Cave com a mesma intenção. O consórcio prometeu retornar ao Guará nos próximos dias para continuar o estudo sobre o investimento. Além dos ídolos portugueses, outro velho interessado é Luís Felipe Belmonte, dono do Real Brasília. Segundo o Jornal do Guará, o empresário tem o apoio do Flamengo-RJ e conta com outros dois trunfos: o interesse do clube carioca em em investir na capital federal e a amizade entre Rodolfo Landim, presidente rubro-negro e o mandatário do ‘Leão do Planalto’.
Belmonte tem uma parceria com o Clube Vizinhança para o uso do Estádio Defelê, na Vila Planalto. Outro exemplo de concessionário é o Capital. A Coruja entrou no projeto “Adote uma Praça” em 2021, para assumir a manutenção do Estádio JK, no Paranoá. O programa é uma Parceria Público Privada (PPP), no qual praças, ginásios, estádios, campos e outros locais públicos são “adotados” pela iniciativa privada e adquiridos por empresários responsáveis por um determinado período de tempo.
O projeto de concessão do Cave teve inicio em 2016 e foi retomado pelo atual governo. Através da Parceria Público Privada (PPP), a intenção do estado é repassar o espaço para a iniciativa privada em busca de recolocá-lo à disposição da população após diversos fracassos. O valor mínimo dos lances pedido pelo GDF é R$31.768.396,71 milhões, com a concessão válida por 30 anos, tendo possibilidade de extensão por um novo período. A empresa em questão também seria responsável pela revitalização e manutenção dos equipamentos públicos, que abrangem o Clube Vizinhança, o Ginásio de Esportes, o Estádio Antônio Otoni Filho e as áreas adjacentes.
Desde a desfiliação do Clube de Regatas do Guará junto à FFDF, a cidade guaraense sofre com a ausência de um clube para chamar de seu, e se empolga com a possibilidade de uma nova agremiação que represente a região. Até o começo dos anos 2000, era uma tradição dos guaraenses acompanhar o clube aurinegro aos domingos de manhã, no próprio Estádio do Cave, que hoje se encontra em completo abandono.