O World Police and Fire Games (WPFG) 2023 recebe atletas de vários países, dentre os quais bombeiros e policiais se preparam desde a última edição, realizada em Rotterdam, na Holanda. O Distrito Federal está com representantes no solo canadense, país onde acontece a 20ª edição da competição, de 28 de julho a 6 de agosto, que prometem trazer mais medalhas para a capital federal.
Acontece bienalmente o World Police and Fire Games, competição que reúne mais de 10 mil atletas integrantes das forças de segurança e combate ao fogo espalhados por todo o mundo. No Distrito Federal, bombeiros e policiais somam 376 atletas que vão competir em mais de 50 modalidades como atletismo, futebol, jiu-jitsu, bombeiro durão, tênis, entre outras.
Na última edição do World Police and Fire Games, o quadradinho esteve nos três lugares mais altos da premiação. Foram 113 medalhas somando ouro, prata e bronze. Um grande feito para o DF e para cada corporação, que se orgulhou de seus representantes nos jogos mundiais.
Combatendo chamas, salvando vidas e alcançando o 2º lugar mais alto no mundo
Assim podemos descrever o Corpo de Bombeiros Militares do DF (CBMDF). Além de colaborarem com o trabalho feito em prol da comunidade, os bombeiros também dão orgulho no WPFG. “Na última edição foram enviados 90 atletas à Rotterdam e dentre todas as forças espalhadas pelo mundo ficamos na segunda posição em número de medalhas, este ano pretendemos alcançar o primeiro lugar”, diz com confiança o Subtenente Luciano Benevides, que atua como coordenador técnico da delegação do CBMDF.
Além do coordenador técnico, compõe o time responsável o Tenente-Coronel Victor Spagnolo (chefe da delegação), Major Godoy (coordenador geral), a equipe médica e da Assessoria para acordos de Cooperação (ASCOP). O Corpo de Bombeiros vai enviar a maior quantidade de atletas, comparados aos outros militares, são 130 homens e mulheres e mais de 20 modalidades.
Benevides está confiante com sua delegação e acredita que nesses 10 dias de competição toda a preparação e caminho percorrido fará valer o esforço de seus atletas. “Tenho uma projeção muito boa e estou bastante otimista que iremos fazer bonito, temos os atuais campeões mundiais na equipe bombeiro durão, também do futebol feminino, jiu-jitsu na última competição nos trouxe quatro medalhas de ouro e este ano enviamos 11 atletas lutadores, é um panorama bastante positivo”, afirma.
A emissão das passagens aéreas dos 130 atletas bombeiros foi via Secretaria de Estado de Esporte e Lazer “Competindo com Segurança”, dentro do Programa Compete Brasília, e foram destinados R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais) através de emenda parlamentar do Deputado Roosevelt. O deputado foi o responsável por fazer alteração e incluir os militares na Lei do Compete Brasília, que antes não englobava estes atletas por não serem federados.
“Vocês são exemplos para os outros membros da corporação, estimulando a atividade física no âmbito da família bombeiro militar, buscando saúde”, disse o deputado voltando-se aos atletas na reunião de apresentação e entrega dos uniformes ocorrida na última segunda-feira (24/7).
Além dos gramados: um árbitro assistente e um diretor de futebol na posição de atleta
Lucas Torquato Guerra, árbitro assistente Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde 2014, atua nos campeonatos dentro e fora do Distrito Federal. Guerra, como é conhecido entre os bombeiros, é 3º sargento e segundo seus companheiros, um excelente jogador de futebol. Ele é um dos atletas que atua no principal campeonato do corpo de bombeiros, realizado no Centro de Capacitação Física (Cecaf), a Fire’s League. Porém, ele é “proibido” de jogar pela Fire’s antes do WPFG, para não correr o risco de sofrer alguma lesão.
É claro que ele não poderia faltar na lista da equipe de futsal/soccer indoor, onde joga na posição de ala, mas segundo ele, também pode jogar fixo. Essa é a primeira vez que Lucas participa do World Police and Fire Games. O árbitro assistente pediu dispensa para a CBF, assim a entidade não escala Lucas em nenhum jogo nos dias em que acontece a competição mundial.
Perguntado sobre como é, para ele, estar “do outro lado” (na posição de atleta, se preparando para a competição como atleta e não como árbitro assistente), Lucas responde que para ele é bom e importante, pois ele sabe o que os árbitros estão passando no jogo. “Sempre tenho o maior respeito pela arbitragem e jogo de forma limpa”, e acrescenta “a preparação para a competição nunca me atrapalhou na arbitragem, pois sempre consegui conciliar e, de certa forma, até ajudou com o meu condicionamento físico, que está melhor”, completa.
Luís Felipe Assis, ex-atleta profissional e atualmente diretor de futebol, é também policial militar e está no WPFG. Seu último trabalho foi no Paranoá Esporte Clube, onde esteve por pouco mais de 8 anos e teve sua saída comunicada no início do mês. No momento Luís não tem planos futuros e esteve focado em se preparar para a competição internacional.
O diretor joga no time de futebol da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na posição de zagueiro. Ele também esteve com a equipe na edição de 2022, na Holanda, onde conquistaram a medalha de ouro. Luís está confiante e acredita na boa atuação da sua equipe em mais um ano jogando nos jogos mundiais.
Para Luís é gratificante representar o Brasil numa competição internacional. “Ano passado joguei esta mesma competição e em 2009 estive na seleção universitária jogando a University em Belgrado, na Sérvia”, relembra. “Sendo diretor ou atleta a responsabilidade é sempre grande e a sensação é a melhor possível”, finaliza o militar.
A presença policial no WPFG
As forças de segurança do DF também representaram muito bem a capital federal nas edições passadas da competição. Na WPFG 2022, a Polícia Militar do DF conquistou 49 medalhas distribuídas em 16 ouros, 19 pratas e 14 bronzes, ficando em destaque os atletas de natação indoor (12) e jiu-jitsu (11).
Estão na competição 96 atletas, que disputam 20 modalidades. O custeio das passagens de todos os atletas ficou a cargo da Secretaria de Esportes e Lazer, assim como os atletas da CBMDF. Os militares participaram de uma cerimônia de envio e após a competição todos vão participar de outra.
A Polícia Civil também se preparou para a competição e enviou 150 atletas ao Canadá, que participam de mais de 10 modalidades. Na Holanda os policiais civis conquistaram 97 medalhas, ficando em 2º lugar no mundo e em 1º na segurança pública do Brasil.
O custeio das passagens dos atletas foi feito por emendas parlamentares destinadas à PCDF, pelos deputados Dra. Jane Klébia e Wellington Luiz. Diferente da competição passada, a Secretaria de Esporte e Lazer não pôde ajudar os atletas financeiramente neste ano.
Por meio do deputado Wellington Luiz os Jogos Mundiais de Policiais e Bombeiros (WPFG, em português), entraram para o calendário oficial de eventos do Distrito Federal. A Lei foi uma parceria com o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF). O chefe da delegação da PCDF, Vanderlei Malta (Sinpol-DF), destaca os esforços feitos pelo Sindicato e pela Associação dos Delegados de Polícia Civil do Distrito Federal (Adepol-DF) na busca de recursos para custear a viagem dos atletas.
Malta fala sobre a importância do esporte dentro da corporação. “A polícia civil tem se atentado cada vez mais para a importância do esporte da vida dos policiais. Se trata de um grande remédio para a mente e para o corpo, fazendo com que o policial preste cada vez mais um excelente serviço à sociedade”, conclui.
O público pode acompanhar a competição de forma online pelo site oficial e, também, através dos perfis de redes sociais destinadas aos atletas de cada instituição.
A próxima edição do World Police and Fire Games já tem data e local definidos. Entre os dias 27 de junho e 6 de julho de 2025 os jogos mundiais acontecem na cidade de Birmingham (Alabama), nos EUA.