A partida entre Brasiliense e Goiás, pela Copa Verde, ficou marcada por um lamentável caso de cerceamento do trabalho da imprensa no Estádio Serejão, em Taguatinga. Por determinação do clube amarelo, profissionais credenciados pela ABCD e envolvidos com a captação de estatísticas não puderam trabalhar no jogo entre candangos e goianos. Um deles chegou a ser retirado das tribunas de imprensa com a bola rolando.
De acordo com relatos dos profissionais, a diretoria do Brasiliense os impediu de realizar o habitual trabalho de registro de estatísticas do jogo da Copa Verde. Desde a entrada no Serejão, eles foram intimidados com acusações de estarem envolvidos em “esquemas de apostas”. Todos, porém, estavam credenciados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e não têm nenhuma ligação com atos ilícitos.
Em nota, a Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos (ABCD), entidade que representa os jornalistas no Distrito Federal, lamentou as ocorrências e externou incredulidade com os fatos. “De forma abusiva, ilegal e criminosa, dois profissionais de imprensa filiados à ABCD e credenciados pela CBF para o jogo entre Brasiliense x Goiás, válido pela Copa Verde, foram impedidos de exercer seu múnus”, inicia o texto.
A entidade destacou, ainda, a conformidade de atuação dos profissionais barrados. “Eles registro profissional e estão prestando serviços a empresas de dados que municiam o Google, a Soft Sports, dentre outras empresas, como a Rede Globo, e sites de aposta. Inclusive, a empresa Betano, que é um site de aposta, patrocina o torneio e dá o naming rights da Copa do Brasil”, explica.
Sem o trabalho dos profissionais, diversos sites, como o ge.globo e o Google, não puderam disponibilizar os dados da partida nos serviços de tempo real. “A Sports Data AG é um provedor de serviços para dados esportivos – e não uma empresa de apostas.O Sr. Renan Sardinha está funcionando como um operador ao vivo para Sports Data AG para coletar dados do evento esportivo”, justificou carta da empresa, que, mesmo assim, foi barrada no Serejão.
Enquanto trabalha na cobertura do jogo, um dos estatísticos foi retirado pela segurança do Serejão, a mando do Brasiliense. “O presidente do clube, Luiz Estevão, deu a ordem para impedir sua entrada na área de imprensa, setor que ele não tem ingerência. Um dos profissionais foi retirado da cabine em que se encontrava, enquanto o outro sequer passou do portão”, reclamou a ABCD.
“A ABCD encara com surpresa que o mesmo proprietário de um veículo como o Portal Metrópoles tenha essa atitude com colegas que prestam serviço de informação. Acionamos a Polícia Militar, que pouco fez. Já denunciamos ao MPT o caso e analisamos a possibilidade de acionar judicialmente o clube para não embaraçar o exercício profissional dos cronistas, o que, inclusive, é crime conforme o art. 197 do Código Penal”, indicou a entidade.
Veja a nota na íntegra
A Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos, entidade que há 60 (sessenta) anos representa a crônica esportiva do DF, vem externar seu repúdio e sua incredulidade com os fatos ocorridos na noite desta quarta-feira (08/03/2023).
De forma abusiva, ilegal e criminosa, dois profissionais de imprensa filiados à ABCD e credenciados pela CBF para o jogo entre Brasiliense x Goiás, válido pela Copa Verde 2023, foram impedidos de exercer seu múnus.
Os profissionais possuem registro profissional, DRT, e estão prestando serviços a empresas de dados que municiam o GOOGLE, SOFT SPORTS, dentre outras empresas, como a Rede Globo, inclusive de sites de aposta. Inclusive, a empresa BETANO, que é um site de aposta, patrocina o torneio e dá o naming rights da competição.
O presidente do clube, Luiz Estevão, deu a ordem para impedir sua entrada na área de imprensa, setor que ele não tem ingerência. Um dos profissionais foi retirado da cabine em que se encontrava, enquanto o outro sequer passou do portão.
A ABCD acredita que a medida viola a legislação nacional, pois o art. 90-F da Lei Pelé garante o acesso dos cronistas devidamente credenciados às áreas reservadas à imprensa, o que é roborado pelaLei nº 6.894, DE 14 DE JULHO DE 2021, em âmbito do Distrito Federal.
Destaca-se que os profissionais, além de filiados à ABCD, foram credenciados pela própria CBF para o jogo.
A ABCD encara com surpresa que o mesmo proprietário de um veículo como o Portal Metrópoles tenha essa atitude com colegas que prestam serviço de informação.
A ABCD acionou a Polícia Militar, que pouco fez. Já denunciamos ao MPT o caso e analisamos a possibilidade de acionar judicialmente o clube para não embaraçar o exercício profissional dos cronistas, o que, inclusive, é crime conforme o art. 197 do Código Penal.
Bruno Henrique de Moura, Presidente da ABCD, Gestão 2022-2024