Por Rayssa Loreen
O Luziânia está passando por um momento bastante complicado no Campeonato Candango BRB 2022. Com três derrotas em quatro jogos, o time goiano é o lanterna do torneio e flerta com o rebaixamento. Fora de campo, as coisas também não estão fáceis. De forma sigilosa, alguns jogadores da equipe conversaram com o Distrito do Esporte e revelaram dificuldades no cotidiano do time. Os problemas vão das refeições até as dificuldades com os uniformes de treino.
Os relatos dos jogadores que toparam conversar com a reportagem sob condição de anonimato são preocupantes e mostram descaso com o elenco do time azul e branco. Uma das principais queixas é em relação à falta de alimentação adequada para um atleta profissional. Entre as alegações, eles destacam a forma que o almoço é servido ao elenco. “Almoçamos em marmitas. Um dia, a comida chegou naquelas marmitas de hambúrguer”, descreveu um profissional, no início da semana.
Um outro jogador chegou a dizer que, após um dos jogos da equipe na temporada 2022, foi servido apenas arroz, feijão-tropeiro e espetinho ao elenco. Além disso, esse mesmo rapaz afirmou que “não tem lanche da tarde e não tem lanche da noite” e que o grupo só tomava café da manhã “porque era oferecido no hotel onde estavam hospedados”. A acomodação que abriga o elenco do Luziânia também ficou em risco. “Quase fomos despejados duas vezes do hotel”, garantiu uma das fontes.
No início da pré-temporada, a torcida do clube ficou negativamente impressionada com a falta de uniformes com as cores e marcas do Luziânia nos treinamentos. “Se treina de manhã, a tarde está molhado porque não tem outro. Não temos academia para treino, alimentação em marmitas…”. A falta da estrutura básica para a prática do esporte ao nível profissional desanimado alguns integrantes do clube goiano e, aparentemente, também impacta no desempenho em campo.
Versão da diretoria do clube
Após receber os relatos dos atletas do Luziânia, o Distrito do Esporte procurou Flávio Elias, diretor do clube goiano, para comentar as condições de trabalho do elenco. O cartola negou que a equipe esteja atravessando dificuldades. “Todos os atletas fazem as refeições desde o primeiro dia. Acredito que se houvesse alguma situação que não estivesse atendendo os atletas, já teríamos uma reação de exposição dos próprios. No entanto, não temos essa reação desfavorável. Sobre treinamento, estamos treinando em um período”, explicou.
Outra preocupação do elenco do Luziânia está relacionado aos vencimentos dos salários mensais. “O pagamento do primeiro salário está previsto para o 10 de fevereiro, mas vários atletas estão receosos porque estão vendo como está a situação. Acreditam que nem vão receber”, confidenciou. Sobre os depósitos, Flávio optou por não dar detalhes sobre os planos da diretoria do time azul e branco e apenas destacou que não houve nenhum vencimento na folha do time.
Torcida preocupada
Nas redes sociais, os torcedores do Luziânia demonstram constante insatisfação com os problemas enfrentados pelo elenco profissional. Corriqueiramente, a página de uma das torcidas organizadas do clube azul faz reclamações contra os diretores do time. De forma mais específica, costumam ser citados Armelindo Felício, Paulo Roberto e Flávio Elias. Recentemente, a Força Azul publicou uma carta aberta pedindo renúncia imediata dos cartolas à frente da equipe.
“A diretoria vem afastando totalmente o torcedor do clube sem notícias, sem satisfação alguma aos torcedores indo atrás de informação e, simplesmente, ignorados sem retorno e sem respostas. Essa é de longe a pior diretoria da história do Luziânia. Respeitem o maior patrimônio do clube: a torcida! Não vamos aceitar a continuidade desses atos que estão levando o Luziânia a ser rebaixado no campeonato”, diz parte do comunicado publicado em 27 de janeiro.
