Por Bruno H. de Moura e Danilo Queiroz
A assembleia dos conselheiros da Sociedade Esportiva do Gama, realizada na noite de sexta-feira (28/1) para deliberar os rumos do time, decidiu pela rescisão do contrato entre a Sociedade Esportiva do Gama e a controladora do Gama Sociedade Anônima de Futebol, a Green White Investments LLC.
Três fontes do conselho alviverde confirmaram a informação ao Distrito do Esporte. O diretor da empresa formada para captar possíveis investimentos, Leonardo Scheinkman, informou à reportagem que ainda não teve acesso à decisão, mas que irá exercer o direito de acionista majoritário da SAF (dono de 90% das ações) para seguir com o projeto. Segundo apurado pelo DDE, ele enfrenta dificuldades internamente para tocar os planos.
Leonardo explicou que, atualmente, a SAF busca a abertura da conta bancária. As contratações do elenco, inclusive, foram possíveis devido à credibilidade do projeto algo que, na visão do gestor, falta nos antigos diretores alviverdes. “A SAF vai seguir de qualquer maneira porque é o único projeto para recuperar o Gama. Tem que contar com o apoio da torcida, que será fundamental nesse projeto. A comissão técnica e o os atletas apoiam a SAF”, disse.
O clube, por sua vez, esquivou dos contatos da reportagem e informou que se manifestará por nota apenas na segunda-feira (31/1). Cercada de mistérios, a ata da assembleia será publicada exatamente neste dia, possivelmente com uma nota aos torcedores, sócios e imprensa sobre as deliberações da reunião. A dúvida que paira é como o rompimento se daria.
O contrato de criação do Gama Sociedade Anônima do Futebol (SAF), com controle majoritário pela Green White Investments e minoritário da Sociedade Esportiva do Gama, já foi registrado na Junta Comercial e enviado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Na sexta-feira (28/1), por exemplo, o treinador Jonilson Veloso foi registrado no Boletim Informativo Diário (BID) pela SAF do Gama. O mesmo procedimento foi adotado com os jogadores que atuam no Campeonato Candango BRB.
Procurados pela reportagem do site para comentar o caso, presidente do Gama, Weber Magalhães, e o diretor financeiro, Arilson Machado, ressaltaram apenas a informação de que o clube soltará uma nota na segunda-feira (31/1). Ambos optaram por não comentar a decisão tomada pelos conselheiros do alviverde e os próximos passos do clube na tentativa de se desvencilhar do acordo assumido com o captador de possíveis investidores.
Conselheiros já estavam contrariados com falta de aporte financeiro
Anteriormente, o conselho já havia decidido dar prazo até 25 de janeiro para que Leonardo e seu grupo quitassem a folha salarial de dezembro de 2021 e janeiro de 2022, que permanecem em aberto. Segundo Leonardo, porém, os valores não estão em aberto e a SAF não tem dívidas ativas. A pena do não pagamento era convocar assembleia para discutir rompimento do contrato, o que foi feito em 24 de janeiro desse ano, conforme o DDE mostrou.
Arilson Machado assumiu que o clube enfrenta dificuldades para abrir a conta bancária necessária para receber qualquer investimento a vir.
Além disso, o Gama também estipulava que a SAF teria “até o próximo 10 de fevereiro para integralização total do capital social estabelecido em contrato, sob pena de rompimento”.