No último fim de semana, o cenário brasileiro do futebol ficou chocado com a agressão sofrida pelo árbitro Rodrigo Crivellaro durante partida da Série A2 do Campeonato Gaúcho. Na partida entre Guarani-RS e São Paulo-RS, o jogador William Ribeiro, do time visitante, agrediu o juiz com pontapés após descordar das decisões tomadas em campo. Com base no episódio, os donos do apito de todo o país resolveram protestar. A ação também foi adotada no Distrito Federal.
Durante os jogos da segunda divisão, do torneio feminino e de categorias de base (sub-11, sub-13, sub-15 e sub-17) do Campeonato Candango, organizadas durante o fim de semana, os árbitros e auxiliares que trabalharam em campo se ajoelharam pelo fim da violência. Durante o tempo de protesto, eles ergueram os árbitros e as bandeirinhas. O ato ocorreu durante o período reservado para o minuto de silêncio em homenagem aos mortos pela Covid-19 no Brasil.
Em algumas partidas, os atletas também apoiaram a causa. Na vitória do Brasília sobre o Legião, por 2 a 1, no sábado (9/10), por exemplo, a maioria dos jogadores das duas equipes se juntaram aos juízes e também se ajoelharam durante o protesto em sinal de respeito. A Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) também incentivou o ato. Nas redes sociais, a entidade divulgou um comunicado sobre a realização da ação nas partidas em âmbito local.
Em nota, o presidente da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira Futebol (CBF), Leonardo Gaciba, também reforçou o ato. “Como sinal de apoio ao Rodrigo Crivellaro, repúdio ao agressor e alerta a sociedade acreditamos que precisamos mostrar que não há mais espaço no futebol brasileiro para cenas deprimentes como estas. Em todos os jogos desta rodada em competições coordenadas pela CBF, mostraremos a união de nossa classe marcando posicionamento firme em todos os gramados brasileiros”, disse.
Crivellaro foi encaminhado a um hospital logo após a agressão e teve alta no dia seguinte, mas deve precisar passar por novas cirurgias em consequência dos chutes e socos proferidos por William Ribeiro. O jogador foi preso em flagrante pelo crime, mas foi liberado na terça-feira (5/10). O São Paulo-RS rescindiu o contrato profissional com o atleta. Ele deve responder por tentativa de homicídio, com pena de até 20 anos de prisão. A CBF estuda pedir o banimento do jogador à Fifa.