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domingo, 24 de novembro de 2024

Ex-comissão técnica do Bolamense ataca presidente do clube, que se defende

Bruno Alemão, agora ex-gerente do Bolamense, cita diversos problemas na presidência da equipe e dispara contra Antônio Teixeira: "Ele é louco, desorganizado e mentiroso". Presidente se defende e acusa dirigente de mau caráter

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Por João Marcelo Pepi

Foi preciso apenas um jogo para a comissão técnica do Bolamense se despedir da equipe na Segunda Divisão do Campeonato Candango. Através de um story no Instagram, o gerente de futebol, Bruno Alemão, comunicou a saída do clube e, em tom de desabafo, alegou não estar satisfeito com os problemas internos da instituição. Na noite desta terça-feira (28/9), em conversa com a equipe do Distrito do Esporte, o dirigente listou-os e atacou o presidente do time, Antônio Teixeira.

Foto: Reprodução/Instagram

Além de Bruno Alemão, saíram Allen Godinho (treinador da equipe), Alexandre de Almeida (auxiliar técnico), Wander Lira (preparador físico) e Gabriel Alves (treinador de goleiros). Consultado pela reportagem do DDE, Bruno Alemão destacou a qualidade da equipe e detalhou o relacionamento com Antônio Teixeira. “O time é bom, o time é forte, time para subir. Nós vínhamos trabalhando com 25 atletas, mas deu zebra na estreia por conta nossa. É complicado lidar com o presidente”, disse.

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Bruno também contou como foi a decisão de assumir o clube. “Eu peguei o Bolamense como o desafio mais difícil da minha vida. Eu e toda a comissão. Conversava isso com o Allen (Godinho, ex-técnico da equipe) todos os dias. O time é queimado, tem uma fama das piores. O presidente nem se fala e mesmo assim a gente tentava. Mas, além dele (presidente) não dar brecha, ele é ingrato, acha que sabe de tudo. Uma soberba do caramba. Tudo dele é dizendo que é doutorado e que eu não entendo nada de futebol.”

Atraso no registro dos jogadores

Um dos primeiros problemas foi o atraso no registro dos atletas, culpa do presidente, segundo Alemão. “Eu pedi a senha para ele do Gestão Web. É nele que cadastramos os jogadores do Bolamense. E eu já havia pegado a documentação dos atletas assim que eles chegaram. Além disso, continuava cobrando a senha para cadastrar no BID (Boletim Informativo Diário, sistema da Confederação Brasileira de Futebol), pois tinha transferência. Ele me enrolou e não me passou”, explicou.

Bruno expressou seu descontentamento ao querer ajudar e não poder. “Na semana da estreia do Candangão, ele gerou os contratos. Eu pedi para ajudá-lo e ele não me autorizou. Acabou que não pegou os contratos e, na semana da segunda rodada, continuou a enrolação. Não pagou os boletos, não pagou nada. Na sexta-feira (24/09), um dia antes da nossa estreia, às 18h40 nós tínhamos cinco atletas no BID. Aí eu deixei por conta dele. íamos tomar W.O”, relatou.

O dirigente continuou comentando sobre o atraso no registro. “Nesse momento, o nosso auxiliar técnico, Alexandre, me ligou e eu pedi a ele para pagar as taxas em seu cartão de crédito para a gente colocar 11 jogadores no BID, pois esse cara aí (presidente do Bolamense, Antônio Teixeira) é louco, desorganizado e mentiroso. Só fomos com 11 a campo por conta nossa e, ao invés dele nos agradecer, ele ficou com raiva pois cobramos”, ressaltou.

Falta de material para o jogo

Além da demora para inscrição dos atletas, Bruno contou outros problemas quanto a falta de material esportivo para a prática do futebol. Segundo o dirigente, itens básicos como uniforme e bola estavam em falta. “As bolas da competição? Ele não providenciou nenhuma. Eu tive que pedir bola emprestada na hora do jogo, fiquei super envergonhado, nunca tinha passado por isso, sou muito organizado”.

“No jogo, ele nos deu o uniforme com 12 camisas, 12 shorts e sete meiões. Eu tive que pegar os meiões do Estrela Vermelha (tradicional equipe do futebol amador) que é preto e levei para nossos jogadores. O uniforme de goleiro ele não mandou e olha que eu pedi na quinta-feira (23 de setembro) para me organizar, pois lembrei do ano passado que ganhamos do Bolamense de W.O. por falta de uniforme”, detalhou.

Bruno complementou. “Mandou o uniforme atrasado, pois tínhamos marcado de sair (no dia da partida) às 8h do alojamento e 7h30 era nosso café da manhã. Mas somente às 8h15 o pessoal estava tomando café. O uniforme só foi chegar às 8h30 e chegamos em cima da hora para aquecer. O uniforme do goleiro só chegou faltando cinco minutos para o jogo. Eu até levei o uniforme do Estrela (Vermelha) por garantia, pois não confiei nele. Muito desorganizado”.

O gerente ainda citou o descontentamento do presidente em relação ao resultado do último sábado, 25 de setembro: derrota por 2 a 0 para o Planaltina. “Ele mandou um áudio de uns 13 minutos cheio de razão, menosprezando nosso trabalho, acabando com a gente e até com os atletas que entraram em campo, os 11. Que não ganhamos por culpa do treinador. O time estava todo improvisado, com jogadores que estava em nosso terceiro time, que nem participava do coletivo”, justificou.

Foto: Jonas Pereira

Tentativa de racha

Como tentativa de acertar as arestas, a comissão técnica tentou um encontro, sem sucesso. “Marcamos uma reunião ontem (27/9) e ele não apareceu. Ficamos conversando com os atletas, não teve treino e aí os próprios jogadores falaram que ele (presidente) estava queimando a comissão, falando mal da gente e tentava jogar um contra o outro. Fizemos uma ligação de viva-voz e ele disse que estava internado, ele sempre some nessas horas”, lamentou.

Bruno relata uma ligação que terminou mal. “Ele fala muito com o Maldonado, que é o nosso capitão. Aí ele começou a falar da comissão e pediu para falar com o Allen. Quando o jogador passou o telefone, ele começou a falar mal dos atletas e tentou jogar todo mundo um contra o outro. Me queimou muito para o Allen”.

Após esse episódio, a comissão decidiu pelo encerramento das atividades. “Temos um grupo (no WhatsApp) da comissão técnica e desabafamos ali, que não estava legal, que era pior que time amador e todo nosso trabalho podia ir para o ralo.” Por fim, Bruno Alemão lamentou o ocorrido, dizendo que o presidente Antônio Teixeira não aceita ajudas com o seu time. “Ele é muito ingrato, não tem humildade que as pessoas querem ajudar. É simplesmente essa várzea.”

“O clube ainda me deve uma parte das taxas”, diz o auxiliar técnico Alexandre Almeida

Alexandre de Almeida, auxiliar técnico, comentou sobre as dificuldades de trabalho. “Que situação passamos nos últimos 20 dias. Tentamos trabalhar mas não deu. Foram várias promessas, descumpridas todas. Nossa relação era de muita desconfiança pelo histórico recente do clube e seu mandatário, e devido os descumprimentos diários que presenciamos dia após dia”, falou.

Quanto à sua relação com Antônio Teixeira, Alexandre é enfático. “O presidente é uma pessoa bem complicada, um senhor de idade já com certas dificuldades físicas até, mas uma ideia de superioridade e soberba que beira à insanidade. Não o vejo como uma pessoa normal. Mente e acredita na própria mentira”, expressou.

Sobre a inscrição dos atletas, Alexandre comenta como foi. “Ao ponto de, uma hora antes de fechar o sistema da federação (de futebol do Distrito Federal) na véspera da segunda rodada (folgamos a primeira) não termos o mínimo de sete atletas para iniciar o jogo. Mas como prevíamos, numa conversa entre a comissão e o gerente Alemão, decidimos que eu nem iria ao treino de sexta-feira (24/9) e ficaria com o presidente para tentar ajudar em algo pra que pudéssemos entrar em campo no sábado (25/9)”.

O auxiliar técnico complementa e diz que não recebeu o valor pago. “Faltando 15 minutos para fechar o sistema, o gerente me autorizou a pagar no meu cartão a taxa de alguns atletas completando uma formação de 11.  Não aceitamos entrar tomando WO na estreia. Trabalhamos muito durante os últimos 15, 20 dias pra começar dessa forma. O clube ainda me deve uma parte das taxas, R$ 150,00”, relatou.

Presidente Antônio Teixeira se defende

Na tarde desta quarta-feira (29/9), o presidente do Bolamense, Antônio Teixeira, concedeu uma entrevista por telefone com a equipe do Distrito do Esporte. Durante a conversa, o mandatário alegou que Bruno Alemão e toda a comissão técnica usaram de má fé e os intitula de maus-caracteres, alegando que a decisão da saída foi unicamente dele e não da comissão. “Não foi ele que saiu, eu que mandei ele embora. Nunca trabalhei com comissão técnica tão problemática, eu disse isso a ele”, contou.

O presidente comentou como ele e Bruno começaram a conversa para a função que Alemão exerceria no clube. “O (Bruno) Alemão que me procurou pedindo uma chance no clube, querendo emprego como gerente. Ele queria gerir a comissão técnica e quem gere é o treinador, não o gerente. Ele me propôs que iria bancar tudo, mas eu não podia aceitar isso, não é o correto. Ele disse que tinha empresário disposto a bancar tudo, mas com qual motivação? Não foi explicado”, citou.

Inscrição de jogadores

O mandatário explicou o imbróglio da senha. “Ele ficou a todo tempo pelejando para passar a senha do Gestão Web para ele. Eu o indaguei: “rapaz, você acabou de chegar e acha que vou te passar a senha? Eu nem te conheço”. Antônio desmente Bruno quanto à quantidade de atletas no BID. “Nós tínhamos mais de 30 jogadores no BID contando com os atletas dos juniores e os do ano passado. Nós tínhamos cinco titulares com os quais queríamos jogar, mas não conseguimos cadastrá-los. Mas tínhamos outros que jogaram”.

Complementando a inscrição de jogadores, Antônio Teixeira falou. “Ele (Alexandre Almeida) disse que a zaga estava fraca e queria mais jogadores. Mas o banco estava fechado e eu não conseguiria pagar as taxas, aí ele propôs pagar do bolso. Saquei R$ 300,00 no caixa eletrônico e dei a ele, mas ele disse que havia botado mais jogadores depois que eu saí e faltava dinheiro. Eles disseram que eu podia pagá-los depois. E ainda mentiram sobre eu não ter pago nada, paguei R$ 1.120,00 de boletos no banco”.

Relação conturbada com comissão técnica

Ainda sobre Bruno, o presidente citou que o gerente queria exercer mais função do que tinha. “Ele insistia em ficar no alojamento dos jogadores, coisa que não deveria ser feito. Ele deveria chegar no treino, assistir e ir embora. No jogo passado, por exemplo, o Alemão que fez a relação (de atletas para a partida) a mão e mandou para a imprensa sem minha permissão”, relatou.

“Eles tentaram me convencer que o goleiro que estava aqui não servia e pôr um deles, aí o goleiro que eles trouxeram falhou no primeiro jogo. O zagueiro que eu tenho, não queriam. Eles queriam apenas os jogadores deles”, reclamou. “Eu dei um elenco bom para o treinador, para ele subir e se projetar na carreira como treinador profissional. Eu não estou acusando eles de montar o elenco para ter manipulação de resultados, mas eu preveni isso antes. Tomei as providências adequadas”, revelou Antônio Teixeira.

O presidente do Bolamense complementa. “Eles queriam propor uma debandada de jogadores, mas eu contornei e não foi fácil. Queriam que os meus jogadores fossem embora para trazerem os deles. Certo momento percebi que eles queriam infiltrar somente os jogadores deles e aí eu não deixei. Tinha dois atletas deles no time titular na última partida. O goleiro que tomou o primeiro gol, pegou a bola e soltou, aí o atacante fez o gol, mas foi o goleiro que entregou”, atestou.

Quanto a reunião citada por Bruno e que ele não compareceu, Antônio disse não entender o motivo. “Você convoca o presidente para uma reunião? Não é assim que se faz. Eles chamaram o elenco, a diretoria e a comissão com qual intenção? Mas eu não fui pois eu que devo fazer isso, eu que convoco reuniões. Não sou subordinado deles. Eu nunca vi isso na minha vida ‘, detalhou.

Ao citar Alexandre Almeida, Antônio foi direto. “O Alexandre nem auxiliar técnico é, ele pediu para aprender e que nem precisava de pagamento por isso. Ele ainda pegou uma bola e levou com ele. Disse que era pelo valor que eu o devia, cerca de R$ 110,00”. Teixeira ainda reforça sua índole. “Eu preciso de dinheiro, mas eu não necessito de corromper e fazer algo sujo para conseguir dinheiro. Não sou corrupto, jamais você vai ouvir falar sobre roubo comigo”, enfatizou.

Antônio Teixeira explica situação do material de jogo

Ao citar o material de jogo, Antônio alegou não faltar. “Tinha 12 pares de meiões, mas cinco caíram no alojamento e ninguém percebeu. Eu não duvido que ele (Bruno Alemão) viu e não falou nada. Quando me informaram, eu disse que haviam todos os 12, mas que tinha uns pretos reservas e eles podiam utilizar, sem arrumar problema. Corinthians joga com uniforme branco e meião preto, por qual motivo nós não poderíamos jogar?”, indagou.

Antônio Teixeira diz não ser verídica a informação de que os uniformes chegaram às vésperas do jogo. “É mentira que o uniforme chegou em cima da hora, eu cheguei 45 minutos antes. O Alemão desenvolveu um esforço antes da estreia para pegar o uniforme das minhas mãos. Iria se repetir novamente dos uniformes, igual ano passado. Ele queria ir à minha casa e levar os uniformes. Eu disse ‘o uniforme está com presidente e eu sou o dono. Você não vai levar o uniforme algum'”, proferiu.

Em relação às bolas de campo, citou descuido da Federação de Futebol do Distrito Federal. “A FFDF trouxe duas bolas ao invés de quatro. O árbitro da partida (Gildevan Lacerda) solicitou mais, mas nós não levamos porque a FFDF já tinha. Pegamos sim emprestado com o Planaltina, mas não foi problema algum. Até brinquei com o árbitro “para que mais bolas? Uma está em campo e a outra com gandula, quando a de campo sair, joga a outra e vice-versa”, riu.

O técnico da equipe, Allen Godinho, resumiu sua fala em “infelizmente não tivemos a mesma linguagem do presidente, mas prefiro não polemizar e decidimos sair com a cabeça erguida. Sempre aprendemos algo em todos os trabalhos. Nossa comissão continuará sempre junta”, finaliza. O volante Maldonado, capitão da equipe, não respondeu aos contatos da equipe de reportagem do DDE.

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4 COMENTÁRIOS

  1. O GRAVE nesta história toda, é descobrir que ainda aceitam o “Pastor” no meio do futebol do Distrito Federal.
    A manutenção, quer seja do “Pastor” quer seja do Bolamense no futebol profissional do DF, só demonstra os valores ÉTICOS deste futebol.
    Tanto o ‘Pastor” quanto o Bolamense, deveriam serem EXCLUIDOS DO FUTEBOL.
    Simples assim!!!

  2. Mentira goleiro não solto bola nem uma aí se vcs assistir o jogo vão vê que isso não aconteceu foi uma bola que ele pegou é pó falta de alguém te cobrindo a lateral lá não tinha tomado o gol esse presidente que tira o dele da reta po te um trabalho ruim que com duas semanas de treino é não colocar ninguém no bid ir pro jogo so com 11 jogadores ele está é muito errado tô valor a toda comissão técnica de te saído aonde que o presidente de um time vai colocar os próprios jogado contra a comissão isso é fei de mais.

  3. Em se tratando desse “time” e desse “presidente”, não é surpresa pra ninguém. Eu não sei quem é que ainda dá crédito a esse sujeito. A FFDF deveria banir do futebol tanto um quanto o outro. Todo histórico desse “time” é só de coisas ruíns, nunca proporcionou nada ao futebol do DF, nem competitividade. Tem que ser apagado dos arquivos do nosso futebol.

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