Os Jogos Paralímpicos de Tóquio começaram de forma oficial com a cerimônia de abertura, realizada nesta terça-feira (24/8). Ao todo, dez esportistas do Distrito Federal ou com história na capital federal fazem parte da delegação brasileira formada por 435 pessoas, entre atletas (incluindo calheiros, atletas-guia, goleiros e timoneiro) e comissão técnica, médica e administrativa.
Nesta semana, uma das principais estreias de representantes da capital federal ocorrerá nas piscinas. O brasiliense Wendell Belarmino Pereira, de 23 anos, nada pela Classe S11 (nados livre, costas e borboleta para nadadores com deficiência visual) e inicia sua trajetória no evento nesta quinta-feira (26/8), às 21h29, nas eliminatórias dos 50m livre, com a final marcada para o dia seguinte (27/8), a partir das 5h57.
No domingo (29/8), Belarmino volta às piscinas de Tóquio. Às 22h05, ele entra na água novamente pelas eliminatórias dos 200m medley, com a final prevista para acontecer na segunda-feira (30/8), às 6h53. Em 31 de agosto, às 7h34, é a vez do brasiliense atuar no revezamento 4 x 100 misto.
Por fim, as eliminatórias do nado 100 metros borboleta ocorrem em 2 de setembro, às 22h48, sendo seguida pela final, às 7h41 do dia 3 de setembro. “Nesses quase dois anos, trabalhei muito e aqui em Tóquio eu quero voltar ao lugar mais alto do pódio e melhorar as minhas marcas”, garante o jovem.
Em Brasília, ele treina nas piscinas do Colégio Mackenzie e do Centro de Excelência da Universidade de Brasília (UnB) e, inclusive, já participou dos programas Bolsa Atleta e Compete Brasília, da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL). “Eu abri mão desde o ano passado para outro colega de equipe, já que o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) estava arcando minhas passagens e eu estava recebendo outros patrocínios”, completa.
A vaga para Tóquio surgiu quando conquistou o ouro no Mundial de Londres, em 2019, nos 50m livre, sendo o primeiro brasileiro a garantir uma vaga para as Paralimpíadas. Ele ainda voltou para casa com as medalhas de prata, no revezamento 4x100m, e bronze nos 100m livre. No mesmo ano, no Parapan de Lima, Wendell levou quatro medalhas de ouro e duas de prata, além de quebrar recorde.
História
Wendell Belarmino tem glaucoma congênito e chegou a passar por dez transplantes de córneas, hoje conta com algo próximo de 3% da visão. Antes de se encontrar na natação, chegou a praticar hipismo adaptado. Começou a levar a sério os treinos na piscina em 2015. “Em 2016, fui para o evento teste no Rio e já dava para sentir o clima do que seriam os Jogos. Foi fantástico poder nadar na piscina oficial, no Parque Olímpico. Fui indo e até que fui convocado para a seleção de jovens. Aí em 2019 fui para o Parapan de Lima”, relembra.
*Com informações da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL)