O Distrito Federal será, oficialmente, a primeira unidade da federação a autorizar o retorno do público às arquibancadas dos estádios de futebol. Nesta quinta-feira (15/7), o jornalista Venê Casagrande publicou em sua coluna no jornal O Dia, do Rio de Janeiro, os 21 itens do decreto que será publicado pelo governo local no Diário Oficial. O dispositivo autoriza a abertura de 25% da capacidade das arenas em solo candango.
Segundo o governo, somente pessoas que já concluíram o processo de imunização há pelo menos 15 dias poderão entrar nos estádios. Ou seja, para comprar ingressos, é preciso ter tomado duas doses dos imunizantes da Pfizer, Coronavac e AstraZeneca, ou a única aplicação da vacina da Janssen. Além disso, será preciso apresentar teste PCR com resultado negativo de 48h antes da bola rolar.
Todas as comprovações (cartão de vacinação e PCR) serão exigidas pelos organizadores no momento de adentrar aos estádios. O intuito é evitar possíveis fraudes no processo. Porém, há aqueles que não poderão ir às partidas. Gravidas e pessoas com menos de 18 anos não poderão comprar ingressos. As entradas deverão ser comercializadas exclusivamente pela Internet e o acesso será feito por meio virtual, através de QR Code.
Nas arenas deverá ser respeitado um distanciamento social de torcedores, limitados a grupos de seis pessoas. O GDF deve cobrar, ainda, a organização para entrada e saída do público dos estádios. Ficará proibida a venda de produtos alimentícios no interior e exterior dos estádios. Os presentes terão que usar máscaras de proteção nas arquibancadas. Em caso de descumprimento, há possibilidade de multa de R$ 1 mil.
Candangos seriam beneficiados?
A princípio, o efeito do decreto publicado pelo GDF autorizando o retorno de torcida nas arenas esportivas do Distrito Federal não significa que Brasiliense e Gama poderiam receber público em jogos da Série D do Campeonato Brasileiro. Isso porque, ao contrário da Libertadores e Sul-Americana, os torneios nacionais não tem autorização para liberar as arquibancadas.
No início da semana, o Conmebol deu essa autorização para as competições realizadas por ela. Foi justamente esse precedente que motivou o Flamengo a negociar uma possível transferência para o DF, após recusa do governo do Rio de Janeiro de liberar público no estádio do Maracanã nos mesmos moldes da Copa América, quando 10% da capacidade foi aberta para a final entre Brasil e Argentina.
Não há indícios, porém, de que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tope fazer o mesmo em torneios nacionais em curto prazo. A entidade até é entusiasta do retorno gradual de público nos estádios nacionais, mas só deve conceder permissão aos seus filiados quando houver autorização em todo o país, em razão do princípio de isonomia em todo o território brasileiro.
Em contato com a reportagem do Distrito do Esporte, o diretor de competições da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), Márcio Coutinho, disse que a entidade não recebeu indicações de mudanças. Com isso, competições locais, como o Candanguinho, seguem sem público. “A questão de público é de responsabilidade da Conmebol, para eventos dela. Até então, em relação a competições da CBF, a nosso conhecimento, está vetado a presença de público em competições nacionais e locais, tendo em vista que somos filiados a entidade”, explicou.
Flamengo em Brasília
Antes mesmo da publicação oficial do decreto, o Flamengo confirmou que irá trazer o jogo de volta das oitavas de final da Libertadores contra o Defensa y Justicia para o Estádio Nacional Mané Garrincha. A partida será na quarta-feira (21/7) O clube carioca conseguiu o aceite dos argentinos para a transferência e, agora, prepara a venda de ingressos. Nos moldes da liberação, a arena candanga pode receber cerca de 17 mil torcedores.
MPDFT
Quando o decreto for oficialmente publicado, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) irá analisar o dispositivo que liberá a presença de torcedores nos estádios candangos. Segundo apuração do Distrito do Esporte, o procurador de Justiça José Eduardo Sabo buscará entender em quais condições tais jogos serão realizados, bem como obter mais informações sobre a proposta para o cumprimento dos protocolos de segurança sanitária.