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sábado, 23 de novembro de 2024

Entrevista: Vicente Luque detalha camp em Brasília de olho no UFC 256

Treinando na Cerrado MMA, o lutador contou sobre a preparação para luta contra o americano Michael Chiesa

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Por Michael Nunes

No próximo 7 de agosto, Vicente Luque estará em ação no UFC 265, em Houston, nos Estados Unidos. Vindo de três vitórias consecutivas, o lutador enfrentará o americano Michael Chiesa, na categoria meio-médio até 77 kg. Um novo triunfo pode aproximar o representante de Brasília do title shot (disputa para o cinturão), que atualmente pertence ao nigeriano Kamaru Usmar, que já foi colega de treinos de Vicente.

O atleta está fazendo o seu camp completo na Cerrado MMA. Em entrevista exclusiva ao Distrito do Esporte, ele contou detalhes da preparação para a luta. “A preparação está sendo toda aqui em Brasília. O Chiesa é um cara do chão, que tem uma excelência no jiu-jitsu. Aqui, eu tenho vários caras para me ajudar. Estamos no Brasil, a casa do jiu-jitsu. Então, casca-grossa é o que não falta”, disse Vicente.

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Luque sabe da importância dessa luta. O atleta vai enfrentar um adversário duro que vem de quatro vitórias seguidas. “Tenho que me preparar bem. Estou tendo ajuda do Lúcio Curado, que é faixa-preta de jiu-jitsu, e canhoto, assim como o Michael Chiesa. Também venho treinando com o Gabriel Bonfim, que vem me ajudando bastante”, detalhou Vicente.

Foto: Bruno Henrique de Souza

O lutador de Brasília é um striker. Vicente tem como base o muay-thay, mas seu jiu-jitsu é afiado. Não é atoa que ele tem em seu cartel sete vitórias por finalização. Na visão do atleta, ele precisa defender bem as quedas de Chiesa, mas, se chegar ao solo, estará preparado. “Venho treinando muita defesa de queda com o Luiz, que já foi da seleção olímpica cubana de wrestling. Porém, se a luta for para o chão, me sinto confortável”, garantiu Vicente.

Luque vive um bom momento no UFC. Em sua última luta, ele finalizou Tyron Woodley, ex-campeão da categoria. Um vitória sobre Michael Chiesa deixa o atleta mais perto do cinturão. “Meu foco está 100% nesta luta. Vou enfrentar o número seis da categoria. É uma grande luta para mim. O foco é na vitória, tem que ser uma grande vitória. Isso vai me posicionar muito bem na categoria. Talvez uma ou duas lutas para ter a chance da disputa do cinturão”, prospectou o atleta.

O Silent Assassin, como é chamado, tem um grande poder de nocaute. Vicente já conquistou por vezes o bônus de nocaute da noite. Segundo o lutador, ele vai em busca de mais um nocaute técnico. “Meu estilo é bem completo e, lógico, acabar com a luta rápido. Eu não gosto de deixar na mão dos juízes. Então, vejo uma possibilidade de nocaute, que é a minha casa. Mas também no chão eu creio que consigo achar uma finalização”, ressaltou.

Foto: Bruno Henrique de Souza

Camp candango

Localizada na L2 Norte, a Cerrado MMA é a base de preparação do lutador na capital federal. “Alguns camps eu venho fazendo todo aqui em Brasília. Tenho toda uma equipe por trás me ajudando, vários companheiros de treino. Sem contar que a minha família toda mora aqui. Neste momento de pandemia, eu queria estar próximos deles. São três camps e três vitórias fazendo aqui na Cerrado. Tem dado certo”, frisou Vicente.

A grande maioria dos lutadores brasileiros do UFC optam por mudarem para os Estados Unidos, em busca de melhor estrutura e material humano para os treinos. As equipes americanas estão recheadas de atletas do Brasil. Porém, alguns atletas vem fazendo toda a preparação no Brasil. E os resultados estão mostrando que o país está evoluindo em estrutura. Exemplo disso é o campeão dos leves do UFC. O paulista Charles do Bronx Oliveira treina somente em São Paulo.

Para Vicente, que nasceu nos Estados Unidos, o Brasil está melhorando a cada dia. Por isso, ele decidiu treinar e se preparar na cidade quem foi criado. Ele falou sobre essa opção de ficar no país tupiniquim. “Sem dúvidas os EUA têm um conhecimento esportivo muito grande. Eles sabem organizar os treinamentos com grandes equipes, com tudo que precisam. Mas, eu tanto o Charles, mostramos que dá para fazer isso no Brasil. É só ter organização e bons treinadores que acreditam na gente”, ressaltou.

Para ele, falta paciência para os lutadores que decidem partir para o país da América do Norte. “Os atletas precisam ter paciência para ficarem aqui, desenvolverem seus times a ponto de competir com os atletas de fora”, destacou o lutador. Porém, Luque entende que são poucas as equipes com uma boa estrutura no país.

Foto: Bruno Henrique de Souza

Ele lembrou que um dia tinha uma equipe pequena. Porém, aos poucos, foi crescendo. “Eu sei que é difícil começar em um time que tem essa estrutura no Brasil. Tanto a equipe do Charles, em São Paulo, e a gente aqui na Cerrado, lá atrás fomos pequenos e, pouco a pouco, construindo isso com muita vontade de competir com os caras lá de fora. Graças a Deus, hoje em dia, estamos batendo de frente”, disse o atleta da Cerrado.

Motivação extra

Um novo ciclo chegou na vida do lutador. Há um mês, nasceu o seu primeiro filho, Bento. A chega do herdeiro trouxe um desejo e motivações a mais para o casca-grossa continuar em busca do seu sonho em trazer o cinturão para Brasília.

Vicente contou que, caso conquiste a vitória, ela será especialmente para Bento. “Com certeza, se eu vencer, vai ser dedicada para ele. Aliás, todas daqui para frente. Em todas as minhas vitórias, eu tento buscar para a minha família. Agora, tem algo mais especial que é o meu filho”, destacou o lutador.

O Silent Assassin está com muita vontade, foco e disposição para continuar crescendo na competição. O top 5 da categoria que continuar avançando em busca da disputa de cinturão. Estou preparado para mais uma guerra. O Michael Chiesa é um atleta duro, mas acredito no meu jogo e creio na minha vitória. Quero continuar em busca do meu objetivo que é lutar pelo cinturão”, finalizou.

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