Por Bruno H. de Moura
Heli Carlos se despede da sua mais longeva paixão. Formosense e cria do Bosque Futebol Clube, clube antecessor ao Bosque Formosa Esporte Clube, Heli se consolidou como um dos maiores ídolos da história do time fundando em 1978, um ano antes do nascimento do treinador. Dos 42 anos de existência do time goiano, desde 2000 o antigo jogador passou pelo time de Formosa em diversas oportunidades, dentro e fora de campo.
Heli, inclusive, vestiu o manto alviverde pela primeira vez um ano após a profissionalização da equipe, em 2000. Naquele campeonato o Bosque não foi páreo para o bom futebol candango, que no começo da primeira década desse milênio iniciava o melhor dos seus períodos.
Nos 10 anos seguintes o Bosque lutou contra a falta de apoio financeiro, a precariedade de suas instalações e o amadorismo típico do esporte do DF. Em 2007 mudou de nome e passou a se chamar Bosque Formosa Esporte Clube, como muitos o chamam até hoje. Lá estava Heli com a camisa do Formosa.
No fatídico e controverso 2011, Heli Goiano, como também era conhecido, vestia com maestria a camisa do então Formosa Esporte que despontava como uma equipe de força nunca vista em sua história. Apelidado brilhantemente pelo jornalista esportivo Lecy Vaz de Tsunami do Cerrado, o Formosa tinha a melhor equipe da competição e tudo para ser campeão.
Uma seleção, sem dúvidas. Sob o comando do saudoso Aecione, o time tinha o melhor meia da história do clube, Luis Carlos. No gol André Luis segurava absolutamente tudo, enquanto a sempre boa lateral direita do Formosa era levada ao ataque por Marco Aurélio, e no ataque Claudionor, o artilheiro Rodrigo Aires e também Heli Carlos, em fase final de carreira, compunham um time de sonhos.
Em 2012, o ex-jogador recebeu a dificílima missão de treinar um Formosa Esporte baqueado por 2011, sua primeira experiência no clube. No meio do campeonato, após derrota para o Botafogo-DF no Diogão, pediu demissão do clube. Nem Heli Carlos salvaria o time do destino segunda divisão. A “Maldição de 2011” só foi quebrada no título invicto da Segunda Divisão de 2013. Heli não treinou aquele time, comandado por João Carlos Cavalo, mas estava fora das quatro linhas atuando na diretoria do Formosa.
Por duas vezes Heli assumiu o time profissional como interino, além de liderar a garotada do Formosa Esporte. Em 2019, o então diretor de futebol Henrique Botelho bancou a efetivação de Heli como treinador do time. Uma campanha regular, mas que abria as portas para o brilhante trabalho do Tsunami do Cerrado em 2020. Um elenco montado e com peças reveladas por Heli Carlos trouxeram o Formosa ao melhor resultado de sua história no futebol do DF. Um honroso 4º lugar, o mesmo de 2011, mas sem os traumas de outrora.
Heli Carlos diz até logo ao Formosa Esporte após passar metade da sua vida, entre poucas idas e muitas vindas, com a camisas do alviverde goiano. Segundo apurou o Distrito do Esporte Heli irá para o Guanabara City Futebol Clube, equipe de empresários goianos que pretende investir forte na formação de atletas para o exterior.
Presidente agradece treinador
Ao Distrito do Esporte, o presidente do Formosa, Henrique Botelho agradeceu o treinador e desejou boa sorte a Heli na sua nova empreitada.
“Heli Carlos prestou relevantes serviços ao Formosa Esporte, seja dentro de campo como atleta, seja fora das quatro linhas, e nas últimas duas temporadas se mostrou um treinador muito promissor e em breve alçará voos mais altos em sua carreira. A sua saída é um processo natural e é a consequência de trabalhos bem feitos nos últimos anos”, comentou Botelho que terá, agora, a difícil missão de achar um novo comandante para o Tsunami do Cerrado.