Por Danilo Queiroz
A pandemia do novo coronavírus afetou radicalmente a rotina do futebol brasileiro. Além dos estaduais, diversos torneios organizados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) precisaram ser adiados por vários meses. Um deles é a Série A do Campeonato Brasileiro, que tem previsão de início para 8 de agosto, pouco mais de três meses depois da data original. Além do pontapé inicial, os planos de transferência de partidas também mudaram.
Inicialmente, a CBF e os clubes participantes haviam definido que estava proibida a venda do mando de campo para outras praças distantes do estado do clube mandante. A decisão afetou diretamente o Estádio Nacional Mané Garrincha que, desde sua reinauguração em 2013, despontou como local preferido das equipes e empresários nas operações que culminavam na transferência das partidas.
Nesta quarta-feira (22/7), porém, a CBF indicou uma brecha causada pelo coronavírus que pode fazer com que Brasília e outras cidades que não têm clubes na elite receber os jogos da Série A. Pela manhã, quando divulgou o detalhamento de dias e locais das primeiras 10 rodadas do Brasileirão, a entidade máxima do futebol nacional marcou as partidas para os estádios habitualmente utilizados pelos mandantes.
Entretanto, em uma reunião conjunta com a CBF, os clubes concordaram em jogar fora de suas cidades ou estados caso seja necessário. Isso, porém, só aconteceria se as restrições sanitárias causadas pela pandemia estiverem vigentes na cidade-sede da equipe na época da realização das partidas. Conforme prevê o Regulamento Geral das Competições, essas mudanças, se necessárias, deverão acontecer até dez dias antes da data do jogo.
As partidas devem acontecer sem público, seguindo orientações de prevenção à Covid-19 que estão sendo adotadas ao redor do país. No Distrito Federal, ainda há um decreto proibindo a realização de eventos esportivos que dependem de autorização do governo local. A tendência é que uma nova orientação seja publicada nos próximos dias, liberando ainda os jogos do Campeonato Candango na cidade.
Quais cidades ainda não permitem jogos?
Composta por 20 equipes, Série A do Campeonato Brasileiro de 2020 conta com representantes de onze cidades brasileiras localizadas em oito estados diferentes ao redor do país: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Bragança Paulista (SP), Santos (SP), Recife (PE), Curitiba (CE) e Salvador (BA).
Assim como em Brasília, algumas delas ainda não estão permitindo eventos esportivos em seus territórios. O caso mais emblemático é o de Porto Alegre, que abriu mão de receber o clássico entre Grêmio e Internacional nesta quarta-feira (22/7) em prol da prevenção ao novo coronavírus. O jogo, válido pela rodada de reabertura do Campeonato Gaúcho, foi transferido para Caxias do Sul (RS).
Além da cidade-sede da dupla Grenal, outras duas cidades da elite ainda não estão recebendo partidas oficiais. Em Goiânia, já existe a liberação governamental, embora ainda não tenha previsão para a retomada do campeonato estadual. Em fase vermelha no plano de retomada criado pelo estado de São Paulo, Bragança Paulista segue impedida de receber eventos que gerem aglomerações.
Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Santos, Recife, Curitiba e Salvador já estão recebendo partidas normalmente em meio à pandemia do coronavírus. Com isso, os times que jogam o Campeonato Brasileiro nessas cidades só poderiam transferir seus jogos como mandantes para outras praças em caso de novos posicionamentos dos governos locais proibindo os eventos em seus territórios.
