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sexta-feira, 29 de março de 2024

Pensando Alto com Teló #3 – A mais doce mentira…

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A expectativa criada para o Vasco após o clássico será uma ilusão?

Arte: João Marcelo/Distrito do Esporte


Por Mateus Teófilo*

Depois de 4 derrotas em sequência nos seus 4 primeiros jogos no comando do Vasco, Alberto Valentim teve, antes do clássico contra o Flamengo, uma semana inteira de treinos para tentar ajustar o time. A partida, realizada no Mané Garrincha, não careceu de emoções, com boas oportunidades para ambas equipes e empate de 1×1 no placar.

Após o jogo, era fácil encontrar elogios à atuação do Vasco na partida. De acordo com boa parte dos envolvidos com futebol — de torcedores a repórteres e comentaristas — foi a primeira boa exibição do Cruzmaltino desde a chegada de Valentim. “É o primeiro sinal de vida do novo técnico”, alguns diziam. Bem, os especialistas e apaixonados que me desculpem, mas eu discordo completamente. Para mim, o Gigante da Colina continuou se portando de forma precária em campo. A novidade, no entanto, estava do outro lado: um adversário quase tão bagunçado quanto, porém ainda mais apático.

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Voltemos à peleja: o Vasco teve as melhores oportunidades na primeira etapa — o gol inclusive — e, mesmo nesse período, não fazia uma exibição digna daquela camisa. Mas, ainda assim, encontrava espaços na defesa adversária. E por que? Simples. Porque o Flamengo estava dormindo em campo….mais uma vez. Com um só volante de marcação, o Flamengo atacava com cinco jogadores: Paquetá, Vitinho, Diego, Everton Ribeiro e Uribe. Do outro lado, o Vasco vinha com apenas dois homens de frente: Máxi e Ríos. Na prática, estes eram acompanhados com William Maranhão e Raul, volantes com papéis ofensivos. Enquanto isso, o rubro-negro demorava séculos para se recompor defensivamente. Paquetá, que deveria ser o primeiro a reforçar o setor defendido unicamente por Piris, parecia ser o último a começar a correr. E assim, o Vasco, já com algumas oportunidades claras desperdiçadas, inaugurou o placar.

Só então o Urubu resolveu acordar pro jogo. A partir daí, só não aconteceu o que era esperado antes da partida — Fla atacando e Vasco se defendendo, impotente — porque o 1×0 no placar forçava o primeiro a se expor com mais frequência e intensidade, enquanto dava mais tranquilidade para o segundo. O empate rubro-negro, que viria numa infelicidade tremenda de Luiz Gustavo, deu números finais ao placar, e deixou um gostinho amargo nos vascaínos, que acreditavam que poderiam sair com a vitória, e podiam. E aqui chegamos à grande questão.

Dentro da zona de rebaixamento, enfrentando um time que figura nas cabeças do campeonato, jogando praticamente fora de casa (apesar de ser mandante, acredita-se que apenas 15% dos presentes eram vascaínos), com possibilidades de ganhar? Parece que, finalmente, Alberto Valentim encontrou um rumo, certo? Mas não, porque a apatia do rival fez o trabalho mais difícil, e nem com essa ajuda inesperada o time conseguiu sair com os 3 pontos.

Mas calma, amigo cruzmaltino! Há um lado muito positivo em toda essa ilusão! Acredito que, com um pouco mais de paz, o elenco consiga recuperar o lado psicológico, visivelmente abalado com toda a situação, e inicie, de verdade, uma reação. Talvez toda essa mentira seja a fagulha que o clube tanto precisava pra sair da zona.

Se vai acontecer? Só o tempo dirá. Mas se acontecer, os vascaínos terão nesse pós clássico a mais doce mentira do ano.

*Os artigos publicados nessa coluna são de inteira responsabilidade de seu autor. As opiniões neles emitidas não estão relacionadas, necessariamente, ao ponto de vista do Distrito do Esporte.

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