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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Entre altos e baixos, a chance de recomeço: relembre a carreira de Jóbson, novo reforço do Brasiliense

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Em busca de recomeço na carreira, atacante Jobson voltará a vestir a camisa do Jacaré após dez anos
Fotos: Reproduções da Internet/Hugo Barreto/Metrópoles
“Oportunidade de recomeçar a carreira”. Com a emblemática frase, o atacante Jobson, de 30 anos, volta a escrever a história de sua carreira no futebol com a camisa do Brasiliense, clube pelo qual deu os primeiros chutes como profissional em 2007 e onde ficou até 2009. Porém, o camisa sete que deixou o Jacaré para tentar alçar voos mais altos no cenário nacional não é o mesmo que voltará a jogar pelo time amarelo em 2019. Em dez anos, muita coisa mudou na vida do jogador.
Na primeira passagem por Taguatinga, Jobson entrou em campo em 61 jogos. Ao todo, foram 22 gols marcados com a camisa amarela. “Aqui foi onde tudo começou. Sou paraense, mas tenho Brasília como minha segunda casa”, alegrou-se o atacante em seu retorno. O bom desempenho na primeira passagem pelo Jacaré chamou a atenção do Botafogo, para onde o atleta se transferiu em 2009. Mantendo as mesmas características que fizeram com que ele se destacasse em Brasília, rapidamente o jogador caiu nas graças da torcida alvinegra.
Porém, em 2010, a carreira de Jobson começou a ficar marcada por escândalos extra-campo. Em janeiro daquele ano, o atacante foi pego no doping em dois jogos do Campeonato Brasileiro e acabou suspenso por dois anos. Apesar do resultado apontar uma substância da cocaína, o jogador assumiu ser usuário de crack desde 2008, quando ainda defendia o Brasiliense. “Eu fumei crack, e não foi a primeira vez. Uso desde aquela época, mas nunca nunca caí no doping”, disse o atleta à época, então com 21 anos. O depoimento e outros fatores fizeram a pena ser atenuada para seis meses.
O jogador paraense voltou a vestir a camisa do Botafogo após o gancho, mas problemas de indisciplina minavam cada vez mais sua passagem pelo Rio de Janeiro. Jobson chegou a ser afastado algumas vezes do elenco alvinegro de onde acabou saindo no fim da temporada de 2010, quando foi emprestado para o Atlético-MG. Porém, a passagem por Minas Gerais não foi duradoura e ele voltou para General Severiano apenas três meses depois. No período, ele entrou em campo em dois jogos com a camisa do Galo Mineiro.
O Botafogo logo rechaçou o retorno do atacante, que acabou tentando um recomeço com a camisa do Bahia. Entretanto, mais casos de indisciplina, como atrasos aos treinos, acabaram fazendo com que o jogador fosse dispensado pelo clube baiano com apenas 15 jogos disputados. Para piorar o drama de Jobson, uma revisão de seu caso de doping fez com que o atleta ficasse suspenso por mais seis meses, pena que o manteve afastado do futebol até março de 2012.
Após o fim da punição, o atacante recebeu uma segunda chance com a camisa do Glorioso. Novamente não conseguiu se firmar e acabou tendo mais uma passagem relâmpago, dessa vez pelo Grêmio Barueri, de onde saiu depois de quatro jogos com outra polêmica, alegando que o clube “não tinha torcida”. “Não consegui me adaptar. Quero um clube com torcida. Sou da muvuca, do gueto. Não saio por caso de indisciplina, nem por atraso. Mas faltou a agitação da torcida para empolgar. Falei com o clube que eu não estava me sentindo bem e saí”, justificou na ocasião.

Começou a temporada de 2013 no São Caetano, onde se destacou mais nas páginas policiais do que em campo. Pelo clube paulista, foram apenas onze partidas e dois gols. No currículo de polêmicas, incluiu acusações de desacato, quando foi detido após ser parado numa blitz e desrespeitar os policiais que o abordaram, e agressão, após ser preso acusado de agredir sua então esposa, Thayne Bárbara. Uma passagem pela Arábia Saudita no mesmo ano também não teve sucesso. Longe da família e dos amigos, Jobson suportou apenas 13 jogos e ficou morando em um hotel, pois o clube árabe mantinha seu passaporte preso após a quebra unilateral do contrato de trabalho.
Voltou para o Botafogo em novembro de 2014, entretanto, esteve longe de ser o xodó da torcida carioca, assim como foi na primeira passagem pela equipe em 2009. O ápice da má-fase voltou a assombrar Jobson em uma partida contra o Figueirense, quando foi chamado de “irresponsável” por Vágner Mancini, então técnico do clube carioca. “Não sou irresponsável, não me acho isso. Jogo lesionado para ajudar o Botafogo. Ninguém é burro e estou me curando. Irresponsável eu não sou, não”, rebatou o jogador no dia seguinte à confusão.
Em 2015, Jobson até começou a temporada marcando gols importantes, porém, novas indisciplinas encerraram de vez sua passagem pelo clube carioca. Porém, um problema proveniente de sua passagem pelo Al-Ittihad na Arábia Saudita passou a assombrar a carreira do atacante. Após se recusar a realizar um exame anti-doping pelo clube árabe, o jogador foi suspenso por quatro anos pelo Comitê Antidoping do país saudita, pena que tempos depois foi acatada pela Fifa em nível mundial. 
Longe dos gramados, o atleta continuou se envolvendo em problemas e acabou preso em 2016, acusado de estupro de quatro adolescentes, sendo duas de 13 anos e outras duas de 14 anos. Jobson ficou no Presídio de Marabá, a 400km de Conceição do Araguaia, sua cidade natal. Após pagar fiança, saiu do cárcere em setembro de 2016. Após se envolver em um acidente de trânsito que causou a morte de um homem, o atacante voltou a ser preso em junho de 2017, por descumprimento de medidas judiciais relativas a sua prisão anterior. Saiu da cadeia, mas por pouco tempo, voltando ao local em setembro.
A pena de quatro anos longe do esporte se findou em 1º de abril desta ano. Dias depois, Jobson foi libertado da prisão em regime condicional sob uma série de condições jurídicas. Em maio, acertou seu retorno ao Brasiliense, porém, uma demora na discussão sobre o uso de tornozeleira eletrônica impediu sua reapresentação ao clube, que tinha pela frente a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. Agora, o atacante espera superar tudo que passou para voltar a brilhar com a camisa amarela.
“Eu saí daqui campeão e peço o apoio da torcida, pois vou ajudar muito o Brasiliense”, garantiu. “Eu quero ouvir as críticas mesmo. São através delas que eu fico mais forte. Se pararem de falar de mim, é porque estou sendo esquecido. E eu não quero isso”. Em janeiro do próximo ano, quando começa oficialmente a temporada do clube, com a disputa do Campeonato Candango, Jobson poderá calar as críticas de dentro dos gramados, mostrando que superou o passado e reuniu forças para ser o jogador promissor que deixou o Jacaré dez aos atrás.
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